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Por Catarina Arimatéia

Do UOL, em São Paulo

Lindos e falsos, geralmente com recheio de isopor e enfeitados com fitas e laços nada comestíveis, os bolos cenográficos são cada vez mais procurados pelos noivos preocupados em oferecer o melhor e mais bonito para seus convidados. Enquanto o bolo real fica guardado e bem protegido na copa do bufê, o cenográfico faz as honras da casa, mantendo-se impecável o tempo todo, sem precisar de refrigeração. E esta é apenas uma das vantagens.

Para Jéssica Silveira, proprietária da empresa Locação de Bolos, o bolo ‘fake’ também evita desperdícios, já que nem todas as pessoas gostam do sabor muito doce da pasta americana, um dos ingredientes mais utilizados na confecção dos bolos comestíveis, por ser resistente e maleável. Resultado: poucos comem o bolo real. Além do mais, os bolos falsos geralmente são alugados por um valor bem mais baixo do que seria gasto com a iguaria verdadeira, principalmente levando em conta o número de andares.

Além do custo mais baixo, Roberto Karam, da La Passione Doces, aponta mais benefícios. “Outra vantagem do bolo cenográfico está na diversidade dos materiais que podemos utilizar em sua decoração e que jamais usaríamos em um verdadeiro. Por exemplo, é possível decorá-lo com a mesma renda que a noiva irá usar no vestido ou no convite”, diz ele. Na La Passione, se o casal quiser comprar o bolo, o valor sobe 50%. Mas é raro isso acontecer. “Até por que ninguém quer ficar com um enfeite desses na estante de casa”, brinca Karam.

Carol Buarque, da Cake & Design, lembra outra vantagem: “Esse tipo de bolo é perfeito para casamentos que serão realizados em longas distâncias ou em lugares muito quentes, onde o doce pode sofrer com a alta temperatura. E pode ainda ser uma ótima opção quando o lugar da festa não possui infraestrutura nem recursos suficientes para a finalização do bolo comestível”, afirma.

Parte falso, parte verdadeiro
Há casais que preferem misturar o doce verdadeiro com o ‘fake’. Se for este o caso, é importante seguir as regras da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo Jéssica Silveira, da empresa Locação de Bolos, o andar correto para se colocar a parte comestível é o superior, assim evitando a contaminação do produto pelos andares falsos, que certamente contarão com isopor, cola, estrutura de sustentação e peças decorativas, como fitas e laços de cetim, pérolas, cristais, porcelana fria ou biscuit.

No entanto, o mix entre falso e verdadeiro não é recomendado por alguns profissionais da área. “Eu não faço esse tipo de serviço nem aconselho minhas clientes a fazerem. Além disso, é um trabalho mais caro do que a locação de bolos falsos”, diz Jéssica. Cíntia Nunes, da Fest Bolos Artísticos, localizada em Canoas (RS), conta que seus bolos cenográficos são feitos com isopor revestido de textura acrílica e detalhes em porcelana fria. Materiais, segundo ela, que não são recomendados para a mistura com bolos comestíveis.

Vale lembrar que não há regras rígidas para a confecção do bolo. Cada caso é estudado separadamente. Vera Lúcia Menezes, da Magia em Biscuit, reconhece que muitas noivas pedem bolos cenográficos e depois os complementam com outra parte comestível apenas para fotografar e cortar a primeira fatia. Depois, o bolo verdadeiro é servido aos convidados.

Preço e duração
A locação de um bolo cenográfico pode sair bastante em conta e os noivos encontram no mercado peças por a partir de R$ 120. Ainda é possível comprar um bolo falso, mas aí o valor pode chegar a R$ 550. Se o casal optar por ele, é importante lembrar que há algumas regras a serem seguidas. “A locação funciona da mesma forma que o aluguel de uma roupa de festa”, explica Jéssica Silveira. Ou seja, o cliente deixa um cheque-caução, geralmente no mesmo valor do bolo fake, e o produto deve ser devolvido em perfeitas condições de uso. “Mas diferentemente de uma roupa, os bolos não podem ser lavados ou costurados, portanto devem ser conservados com muito cuidado”, alerta Jéssica.

O tempo de duração do bolo é variável. Depende dos cuidados de conservação e do próprio material utilizado. No caso da porcelana fria, varia de seis a 12 meses, diz Fábio Vella, da Gllória Eventos, em São Paulo. Em geral, um bolo de cinco andares leva até 20 dias para ser confeccionado. Maria Aparecida Pontes, da Tika da Biscuit com Arte, conta que há bolos cenográficos feitos por ela que já duram mais de seis anos.

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